terça-feira, 24 de março de 2009
Luisão em Entrevista
Hoje no jornal A Bola:
- A par de Nuno Gomes, você é o único jogador que já venceu as quatro provas do futebol português: Liga, Taça de Portugal, Supertaça e Taça da Liga. Isso tem algum peso especial para si?
— É o realizar de um sonho: ganhar muitos títulos por um grande clube. E espero que as grandes conquistas não fiquem por aqui.
— A equipa precisava deste troféu?
— Muito. Porque há muitos anos que o Benfica não ganhava nada. O nosso objectivo é o campeonato, e estamos a dar tudo por tudo, mas esta conquista era importante para nos dar confiança. E temos de acostumar os adeptos a ganhar títulos.
— Ficou satisfeito por Quim?
— Claro, porque voltou a mostrar o seu valor. Ele foi decisivo, depois de passar por uma fase menos boa. Foi mais uma prova de que podemos contar com ele. Agora e no futuro. Moreira também está a corresponder bem, Moretto também tem grande potencial. Estamos muito bem servidos na baliza.
— Mas não é importante haver um guarda-redes fixo?
— Quando há diferenças entre um e outro. Mas não no nosso caso: os três têm o mesmo nível e ficamos tranquilos, jogue quem jogar.
— Os jogadores festejaram muito com Quique Flores e a restante equipa técnica. É um sinal de que o plantel está com o treinador?
— Confiamos muito no trabalho de Quique Flores. Está a fazer um trabalho exemplar, pela forma como transformou a equipa. É preciso lembrar que este grupo foi formado esta época, estamos em desvantagem relativamente aos nossos adversários. Tacticamente, Quique é quase perfeito. Foram injustas as críticas que lhe foram feitas. Nós não nos podemos esquecer do quanto crescemos com ele, enquanto jogadores.
«é a minha melhor época no benfica»
— Gostava que ele continuasse na próxima época?
— Mesmo que não sejamos campeões, é importante dar continuidade a este trabalho. Porque só assim se forma um grupo bastante coeso, se aperfeiçoa um estilo de jogo. Não se deve mudar o trabalho só porque não se conquista tudo à primeira.
— A sua época está a ser, provavelmente, a mais regular. Concorda?
— Tive duas épocas muito boas até agora: quando fui campeão [2004/05] e com Ronald Koeman [2005/06]. Mas nesta estou a conseguir manter um nível superior, é a minha melhor época, tenho apresentado maior regularidade individual e maior influência na equipa. E devo muito a Quique, ensinou-me muitas coisas. Apesar de ter 28 anos e representar a selecção brasileira, tenho de ser humilde e reconhecer que tenho aprendido muito com ele, principalmente no posicionamento e na capacidade de liderar o sector defensivo. São pormenores fundamentais: antes, nós, os defesas, corríamos atrás do avançado; hoje fazemos com que ele venha ter connosco. Canso-me muito menos agora e gasto menos energias.
— A equipa ainda tarda em apresentar um futebol melhor. Porquê?
— Estamos à procura desse equilíbrio. Mas no futebol nem sempre se consegue ganhar e dar espectáculo. Para isso é preciso alguns anos. Neste momento estamos à procura de resultados para responder à enorme cobrança que se faz ao Benfica. Mas com o tempo conseguiremos resultados com melhores espectáculos.
— Ainda acredita no título?
— O futebol é imprevisível. Hoje poderíamos estar em primeiro lugar com cinco pontos de vantagem sobre o segundo classificado, e por isso não consigo arriscar sobre quem será o campeão. Tudo é possível.
«agora sinto-me importante no clube»
— Antes dizia que gostaria de sair do clube, hoje mudou de discurso. Porquê?
— Na época passada houve momentos em que eu não me sentia importante, principalmente da parte dos adeptos e aí pensei que se calhar era melhor deixar o meu espaço para outro. Mas depois iniciei uma nova época, esfriei a cabeça e percebi que os adeptos passaram a confiar em mim. E aí recuperei a minha confiança. Por exemplo, Rui Costa disse numa entrevista que confiava em mim. E fico feliz com isso. Eu sei que agora tenho uma importância forte no Benfica. Quero concentrar-me nos oito jogos que faltam até ao fim do campeonato e no final da época iremos todos pensar e decidir o que é melhor para cada um.
— Gostaria de renovar?
— Sempre fui leal ao Benfica. Vejo com bons olhos a possibilidade de ficar mais anos no Benfica. Por agora decorrem conversas, mas nada oficial. Mas estou tranquilo.
— Já está a ficar na história dos grandes centrais do Benfica? Já leva mais de 200 jogos de águia ao peito, feito ao alcance de poucos...
— Acho que estou a começar a ficar na história, mas ainda tenho de conquistar muitas coisas. Espero ganhar muito mais títulos para ficar realmente nesse patamar da história.
Luisão está no Brasil — «um orgulho por ser o único jogador do campeonato português» na canarinha — mas diz-se «incomodado» pelos ruídos leoninos:
— O Benfica incomoda muita gente. Nós valorizámos a Taça da Liga desde o início e vencemos. Estão a querer tirar o brilho da nossa vitória. No futebol, até os melhores estão sujeitos a errar. Eu erro, o avançado erra e o árbitro também. Lucílio Baptista é um árbitro muito experiente e tem sempre muita convicção nas decisões que toma. Acho que não estão a querer virar-se contra a arbitragem; estão, acima de tudo, a querer tirar o brilho da nossa vitória. Pessoas do Sporting disseram que a sua equipa controlou o jogo e isso não é verdade: o Sporting criou apenas um ou dois lances de perigo! Não estou a acusar ninguém, mas não permito é que possam pôr em causa o brilho da nossa conquista!
- A par de Nuno Gomes, você é o único jogador que já venceu as quatro provas do futebol português: Liga, Taça de Portugal, Supertaça e Taça da Liga. Isso tem algum peso especial para si?
— É o realizar de um sonho: ganhar muitos títulos por um grande clube. E espero que as grandes conquistas não fiquem por aqui.
— A equipa precisava deste troféu?
— Muito. Porque há muitos anos que o Benfica não ganhava nada. O nosso objectivo é o campeonato, e estamos a dar tudo por tudo, mas esta conquista era importante para nos dar confiança. E temos de acostumar os adeptos a ganhar títulos.
— Ficou satisfeito por Quim?
— Claro, porque voltou a mostrar o seu valor. Ele foi decisivo, depois de passar por uma fase menos boa. Foi mais uma prova de que podemos contar com ele. Agora e no futuro. Moreira também está a corresponder bem, Moretto também tem grande potencial. Estamos muito bem servidos na baliza.
— Mas não é importante haver um guarda-redes fixo?
— Quando há diferenças entre um e outro. Mas não no nosso caso: os três têm o mesmo nível e ficamos tranquilos, jogue quem jogar.
— Os jogadores festejaram muito com Quique Flores e a restante equipa técnica. É um sinal de que o plantel está com o treinador?
— Confiamos muito no trabalho de Quique Flores. Está a fazer um trabalho exemplar, pela forma como transformou a equipa. É preciso lembrar que este grupo foi formado esta época, estamos em desvantagem relativamente aos nossos adversários. Tacticamente, Quique é quase perfeito. Foram injustas as críticas que lhe foram feitas. Nós não nos podemos esquecer do quanto crescemos com ele, enquanto jogadores.
«é a minha melhor época no benfica»
— Gostava que ele continuasse na próxima época?
— Mesmo que não sejamos campeões, é importante dar continuidade a este trabalho. Porque só assim se forma um grupo bastante coeso, se aperfeiçoa um estilo de jogo. Não se deve mudar o trabalho só porque não se conquista tudo à primeira.
— A sua época está a ser, provavelmente, a mais regular. Concorda?
— Tive duas épocas muito boas até agora: quando fui campeão [2004/05] e com Ronald Koeman [2005/06]. Mas nesta estou a conseguir manter um nível superior, é a minha melhor época, tenho apresentado maior regularidade individual e maior influência na equipa. E devo muito a Quique, ensinou-me muitas coisas. Apesar de ter 28 anos e representar a selecção brasileira, tenho de ser humilde e reconhecer que tenho aprendido muito com ele, principalmente no posicionamento e na capacidade de liderar o sector defensivo. São pormenores fundamentais: antes, nós, os defesas, corríamos atrás do avançado; hoje fazemos com que ele venha ter connosco. Canso-me muito menos agora e gasto menos energias.
— A equipa ainda tarda em apresentar um futebol melhor. Porquê?
— Estamos à procura desse equilíbrio. Mas no futebol nem sempre se consegue ganhar e dar espectáculo. Para isso é preciso alguns anos. Neste momento estamos à procura de resultados para responder à enorme cobrança que se faz ao Benfica. Mas com o tempo conseguiremos resultados com melhores espectáculos.
— Ainda acredita no título?
— O futebol é imprevisível. Hoje poderíamos estar em primeiro lugar com cinco pontos de vantagem sobre o segundo classificado, e por isso não consigo arriscar sobre quem será o campeão. Tudo é possível.
«agora sinto-me importante no clube»
— Antes dizia que gostaria de sair do clube, hoje mudou de discurso. Porquê?
— Na época passada houve momentos em que eu não me sentia importante, principalmente da parte dos adeptos e aí pensei que se calhar era melhor deixar o meu espaço para outro. Mas depois iniciei uma nova época, esfriei a cabeça e percebi que os adeptos passaram a confiar em mim. E aí recuperei a minha confiança. Por exemplo, Rui Costa disse numa entrevista que confiava em mim. E fico feliz com isso. Eu sei que agora tenho uma importância forte no Benfica. Quero concentrar-me nos oito jogos que faltam até ao fim do campeonato e no final da época iremos todos pensar e decidir o que é melhor para cada um.
— Gostaria de renovar?
— Sempre fui leal ao Benfica. Vejo com bons olhos a possibilidade de ficar mais anos no Benfica. Por agora decorrem conversas, mas nada oficial. Mas estou tranquilo.
— Já está a ficar na história dos grandes centrais do Benfica? Já leva mais de 200 jogos de águia ao peito, feito ao alcance de poucos...
— Acho que estou a começar a ficar na história, mas ainda tenho de conquistar muitas coisas. Espero ganhar muito mais títulos para ficar realmente nesse patamar da história.
Luisão está no Brasil — «um orgulho por ser o único jogador do campeonato português» na canarinha — mas diz-se «incomodado» pelos ruídos leoninos:
— O Benfica incomoda muita gente. Nós valorizámos a Taça da Liga desde o início e vencemos. Estão a querer tirar o brilho da nossa vitória. No futebol, até os melhores estão sujeitos a errar. Eu erro, o avançado erra e o árbitro também. Lucílio Baptista é um árbitro muito experiente e tem sempre muita convicção nas decisões que toma. Acho que não estão a querer virar-se contra a arbitragem; estão, acima de tudo, a querer tirar o brilho da nossa vitória. Pessoas do Sporting disseram que a sua equipa controlou o jogo e isso não é verdade: o Sporting criou apenas um ou dois lances de perigo! Não estou a acusar ninguém, mas não permito é que possam pôr em causa o brilho da nossa conquista!
Etiquetas: Luisão
posted by J G at 10:55 da manhã