domingo, 6 de julho de 2008
Vítor Serpa Diz Tudo...
A vergonha e o nojo
O Conselho de Justiça reuniu-se e percebe-se, agora, mais facilmente, porque não decidiu antes. Se abdicarmos de entrar pelos emaranhados das teias do direito mais torto de que haverá memória em Portugal, percebe-se, sem esforço, que tudo se resumia ao facto de cinco conselheiros, em maioria confortável, decidirem acompanhar a posição da Comissão Disciplinar da Liga e não darem provimento aos recursos do Boavista e do presidente do FC Porto, enquanto dois outros conselheiros, o presidente e o seu vice, entenderem precisamente o contrário e procurarem fazer prevalecer a sua minoritária opinião.
Sabe-se, também, agora, que não querendo oficializar a sua própria derrota, o presidente do CJ abandonou intempestivamente a reunião, declarando-a terminada e, por essa razão, considera que tudo o que depois se passou e se votou é ilegal.
A ser assim — e nunca se sabe a que labirintos alguns técnicos de direito são capazes de recorrer — seria legítimo perguntar para que raio haveria de haver um conselho, se o presidente, sempre que estivesse em minoria, poderia, em qualquer momento, fazer terminar a reunião, impedindo que se tomassem toda e qualquer decisão contrária à sua posição? Era óbvio que bastaria um conselheiro, naturalmente, presidente de si próprio, e capaz, por isso, de fazer coincidir, sempre, a vontade do Conselho (ele) com a vontade do seu presidente (também ele).
Pobre futebol português, que chega a um ponto em que a vergonha consegue passar a fronteira para o lado do nojo.
O Conselho de Justiça reuniu-se e percebe-se, agora, mais facilmente, porque não decidiu antes. Se abdicarmos de entrar pelos emaranhados das teias do direito mais torto de que haverá memória em Portugal, percebe-se, sem esforço, que tudo se resumia ao facto de cinco conselheiros, em maioria confortável, decidirem acompanhar a posição da Comissão Disciplinar da Liga e não darem provimento aos recursos do Boavista e do presidente do FC Porto, enquanto dois outros conselheiros, o presidente e o seu vice, entenderem precisamente o contrário e procurarem fazer prevalecer a sua minoritária opinião.
Sabe-se, também, agora, que não querendo oficializar a sua própria derrota, o presidente do CJ abandonou intempestivamente a reunião, declarando-a terminada e, por essa razão, considera que tudo o que depois se passou e se votou é ilegal.
A ser assim — e nunca se sabe a que labirintos alguns técnicos de direito são capazes de recorrer — seria legítimo perguntar para que raio haveria de haver um conselho, se o presidente, sempre que estivesse em minoria, poderia, em qualquer momento, fazer terminar a reunião, impedindo que se tomassem toda e qualquer decisão contrária à sua posição? Era óbvio que bastaria um conselheiro, naturalmente, presidente de si próprio, e capaz, por isso, de fazer coincidir, sempre, a vontade do Conselho (ele) com a vontade do seu presidente (também ele).
Pobre futebol português, que chega a um ponto em que a vergonha consegue passar a fronteira para o lado do nojo.
Etiquetas: Apito Final
posted by J G at 11:10 da manhã
9 Comentários:
Até quando Laurentina! Até quando...
Quando comentei ontem ainda não sabia o espectaculo que tinha sido a reunião do CJ. Depois de tudo o que li, emendo a mão: chegou a altura do SLB se afastar de vez de todo este processo, para que este seja de uma vez por todas uma disputa entre o fcp e a justiça e não entre o fcp e o SLB.
Só mais uma questão: segundo o CJ o boavista deverá descer de divisão e o pc fica 2 anos suspenso. Quanto à penalização do fcp não houve deliberação. Pergunto eu: sr. joao leal, ainda tem dúvidas se transitou em julgado e que o recurso do pc não inclui o fcp ou costuma jantar com o presidente do CJ?
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"Quanto à penalização do fcp não houve deliberação"
Constatino cuidado. A penalização do fcp nunca esteve em causa. Eles não recorreram desse castigo mas sim, apenas do castigo ao corrupto flautulento agressor de mulheres. É por isso q o castigo dos seis pontos não foi analisado. Não houve recurso.
Constatino cuidado. A penalização do fcp nunca esteve em causa. Eles não recorreram desse castigo mas sim, apenas do castigo ao corrupto flautulento agressor de mulheres. É por isso q o castigo dos seis pontos não foi analisado. Não houve recurso.
Pedro, quando refiro que não houve deliberação é com ironia, pois pelos vistos a federação, a fim de livrar o fcp da penalizaçao da uefa, achou por bem informar o organismo europeu que ainda não estava decidido se o fcp tinha recorrido ou não. Não sei qual será o argumento a utilizar agora, mas algo me diz que ainda não será desta que a liga 2007/2008 será homolgada
, at
Não é o presidente do CJ que declara uma reunião terminada sem o consentimento dos restantes membros mas sim o direito administrativo e o que está lá dito.
O senhor ao sair e desde que exista quorum nos restantes membros, abdica de decidir.
Logo vale o que os restantes membros decidem.
Quanto à federação e ao comportamento dela é apenas rasteiro e da mais completa corrupção.
E o Benfica faz muito bem em apresentar uma queixa crime contra o comportamento do presidente do CJ.
De facto, num órgão colegial administrativo, quem faça aquilo está a incorrer em crime, ou no mínimo a processo disciplinar.
Para as pessoas do Benfica que passam a vida a criticar o Clube talvez seja bom isto para perceberem exactamente como é que a corrupção funcionava nas estruturas de topo de futebol cá.
, at O senhor ao sair e desde que exista quorum nos restantes membros, abdica de decidir.
Logo vale o que os restantes membros decidem.
Quanto à federação e ao comportamento dela é apenas rasteiro e da mais completa corrupção.
E o Benfica faz muito bem em apresentar uma queixa crime contra o comportamento do presidente do CJ.
De facto, num órgão colegial administrativo, quem faça aquilo está a incorrer em crime, ou no mínimo a processo disciplinar.
Para as pessoas do Benfica que passam a vida a criticar o Clube talvez seja bom isto para perceberem exactamente como é que a corrupção funcionava nas estruturas de topo de futebol cá.
Pegando nas sábias palavras do dissidentex, não é de mais lembrar que no arranque do Apito Dourado, dos 16 dirigentes desportivos detidos para interrogação, das suspeitas contíguas a ilegalidades e tráfico de influências nas arbitragens, principalmente nas áreas de Gondomar e Porto, onde os mais mediáticos foram Valentim Loureiro - Presidente da LPFP - e Pinto de Sousa - Presidente da Arbitragem da FPF, aos quais se juntou posteriormente Pinto da Costa, acusado de 5 crimes, resultou somente o seguinte;
- Valentim Loureiro saíu com caução de 250 mil Euros, ficando suspenso das funções de Presidente da Liga e do Metro do Porto. Manteve no entanto funções como Presidente da CM Gondomar.
- Pinto da Costa saíu em liberdade sob caução de 125 mil Euros e sujeito ao termo de identidade e Resistência.
A meu ver, e não obstante LFV ter desgastado a sua imagem nas diligências feitas nos Apitos, creio que a decisão incontornável do CJ é um prémio justo para a única pessoa que se empenhou verdadeiramente. A imprensa criticou-o e ridicularizou-o incessantemente, o Benfica pagou desportivamente e a sua posição enquanto líder é agora mais débil do que outrora. Os outros, desde o Secretário de Estado da Juventude e do Desporto Laurentino Dias, que tanto se empenhou na questão do Nuno Assis e que foi de uma passividade exasperante no Caso Mateus e nos dos Apitos, ao Soares Franco, que rompeu em absoluto com a ideologia de Dias da Cunha e deixou o Benfica isolado no processo, ao Gilberto Madaíl que nada faz senão acompanhar a selecção esquecendo-se que a sua posição pressupõe garantir a transparência e a verdade desportiva do futebol português, ao João Leal que fez por desconhecer que o processo contra o FCP havia transitado em julgado, ao Gonçalves Pereira e o célèbre «Nada foi decidido», e por aqui fico para não me prolongar mais, esses não merecem senão o nosso desprezo.
Regozijamo-nos agora com alguma justiça, mas e o facto das escutas e estas ínfimas decisões não poderem traduzir toda a década de 90 nem a presente? Dias da Cunha disse-o em tempos - “Isto é a ponta do Iceberg”.
PS: Esse senhor, Vitor Serpa, Director do jornal “A Bola”, que até tem uma certa vocação para escamotear a opinião pública da essência, é um dos principais opositores à política seguida pelo Benfica nestas questões, não fosse a estratégia do seu jornal restabelecer as relações com o FCP, por ora cortadas. A ele também, a minha vergonha e nojo.
Saudações benfiquistas.
- Valentim Loureiro saíu com caução de 250 mil Euros, ficando suspenso das funções de Presidente da Liga e do Metro do Porto. Manteve no entanto funções como Presidente da CM Gondomar.
- Pinto da Costa saíu em liberdade sob caução de 125 mil Euros e sujeito ao termo de identidade e Resistência.
A meu ver, e não obstante LFV ter desgastado a sua imagem nas diligências feitas nos Apitos, creio que a decisão incontornável do CJ é um prémio justo para a única pessoa que se empenhou verdadeiramente. A imprensa criticou-o e ridicularizou-o incessantemente, o Benfica pagou desportivamente e a sua posição enquanto líder é agora mais débil do que outrora. Os outros, desde o Secretário de Estado da Juventude e do Desporto Laurentino Dias, que tanto se empenhou na questão do Nuno Assis e que foi de uma passividade exasperante no Caso Mateus e nos dos Apitos, ao Soares Franco, que rompeu em absoluto com a ideologia de Dias da Cunha e deixou o Benfica isolado no processo, ao Gilberto Madaíl que nada faz senão acompanhar a selecção esquecendo-se que a sua posição pressupõe garantir a transparência e a verdade desportiva do futebol português, ao João Leal que fez por desconhecer que o processo contra o FCP havia transitado em julgado, ao Gonçalves Pereira e o célèbre «Nada foi decidido», e por aqui fico para não me prolongar mais, esses não merecem senão o nosso desprezo.
Regozijamo-nos agora com alguma justiça, mas e o facto das escutas e estas ínfimas decisões não poderem traduzir toda a década de 90 nem a presente? Dias da Cunha disse-o em tempos - “Isto é a ponta do Iceberg”.
PS: Esse senhor, Vitor Serpa, Director do jornal “A Bola”, que até tem uma certa vocação para escamotear a opinião pública da essência, é um dos principais opositores à política seguida pelo Benfica nestas questões, não fosse a estratégia do seu jornal restabelecer as relações com o FCP, por ora cortadas. A ele também, a minha vergonha e nojo.
Saudações benfiquistas.
O Orelhas agora até paga jantares aos Conselheiros...
, at
Termo de Identidade e Residência ... não T.I. e "resistência", caro bibiwill.
Cumprimentos
Cosme Damião
, at Cumprimentos
Cosme Damião
Sim, obviamente, fica a correcção. Obrigado.