Enquanto se falam em milhões de euros por "craques" como o Carlos Martins as modalidades "amadoras" do nosso clube vão sofrer cortes orçamentais. As excepções são o futsal e o andebola. Ora atente-se na prosa d'A Bola de hoje:

Cortes orçamentais drásticos provocam autêntica revolução no voleibol encarnado Técnico e jogadores do hóquei em patins viram salários reduzidos Basquetebol foi o menos afectado mas terá de fazer grande ginástica de gestão
NO Benfica, a medida de cortar no orçamento das modalidades já tinha sido adiantada, mas agora tornou-se realidade. Na passada sexta-feira, o próprio presidente, Luís Filipe Vieira, e o vice-presidente para as modalidades, Fernando Tavares, reuniram com os responsáveis das três secções afectadas pelos cortes - voleibol, hóquei em patins e basquetebol -, para lhes dar conta dos valores disponíveis para a próxima temporada.

O mais afectado foi mesmo o voleibol, com uma drástica redução da ordem dos dois terços (passou de 700 mil euros para... 250 mil), o que limita gravemente a construção de uma nova e competitiva equipa, já que todo o plantel terminou contrato esta época. Voleibol que, curiosamente, foi a modalidade que mais títulos conquistou nos últimos três anos...

No hóquei em patins, a modalidade que tem grande parte do plantel em situação contratual definida, nem sequer o treinador, Carlos Dantas, escapou ao corte orçamental. À maioria dos jogadores foi proposta uma redução de cerca de 20 mil euros anuais no salário e, ao que tudo indica, o plantel vai manter-se. Passaram de 750 mil euros para pouco menos de 500 mil.

O basquetebol foi o menos afectado. Com uma verba na época passada a rondar os 500 mil euros, a secção orientada por Carlos Lisboa vai passar a contar com uma quantia a rondar os 400 mil euros.

De fora da crise ficam o futsal e o andebol, que viram até os seus orçamentos reforçados para as próximas temporadas. O futsal é uma clara aposta da direcção benfiquista, enquanto o andebol, no entender de Luís Filipe Vieira, é a modalidade que mais retorno mediático dá às águias, uma vez que beneficia do facto de ter no mesmo campeonato a presença dos três grandes (FC Porto, Benfica e Sporting) e do Belenenses. A conquista de títulos não parece ter sido um factor tido em conta pelo presidente do Benfica.

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Acho que temos uma forma fácil de aferir o que de facto se pretende com as modalidades, para lá desta treta - já mais do que prevista - de cortar orçamentos enquanto se esbanjam em compras, más vendas e outras tonterias no futebol. Se virmos as mais recentes convocatórias das selecções de juniores (atletismo, onde o Benfica é o único representado dos três grandes, e andebol), temos jovens promissores no plantel: vamos ver o que lhes acontece daqui a, digamos, dois anos, quando "normalmente" deverão ser figuras já firmadas nas respectivas modalidades. "Normalmente" quer dizer, muito simplesmente, se o clube mostrar que aposta na formação, no trabalho de técnicos competentes, na criação de condições para a prática da modalidade, em políticas consistentes e de médio prazo e no acompanhamento dos seus jovens...
Infelizmente, com as sucessivas mudanças de estratégia e de apostas que Fernando Tavares tem mostrado (dança de treinadores, aposta / "desaposta" em várias modalidades, inconstância na definição de estratégia - o basquete, o vólei e o hóquei, então, mudam de equipas quase inteiras de um ano para o outro, sem se perceber o que se quer), pouco optimismo me resta...
Já para não falar no completo desastre do ciclismo, na obscuridade a que o râguebi ou o atletismo são votados, no pouco aproveitamento interno que se faz do facto de o Benfica ter, actualmente, três atletas potenciais nº1 mundias nas suas especialidades (Évora, Telma, Vanessa)...
carlos