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sábado, 23 de fevereiro de 2008

A Selecção dos Enganados


Um interessante trabalho da revista Sábado.

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posted by J G at 11:42 da manhã

3 Comentários:

Nesta eliminatória da Taça UEFA o Benfica defrontou o Nuremberga, clube com quem, em 1962, se tinha cruzado. Quis o destino que, em 2008, a primeira eliminatória fosse na Luz, onde o Benfica venceu por um zero. Uma vantagem mínima. Logo após o primeiro jogo, surgiram um conjunto de crónicas comparativas entre os dois Benficas, o de 1962 e o de 2008, sobre o desaire da Luz e o deprimente futebol do Benfica da actualidade. “O Benfica está irreconhecível o Benfica é uma especie em extinção”. Importa no entanto referir. Em 1962 tanto o Benfica como o Nuremberga eram campeões nacionais. Hoje passados 46 anos a realidade interna dos dois clubes, bem como, as suas envolventes são muito diferentes. No entanto, em 2008 tal como em 1962 o Benfica passou a eliminatória. No meu ponto de vista, que choca com a de muitos benfiquistas, o jogo de 2008, fica para a História, como um exemplo da garra Benfiquista e do talento de quatro jogadores – Rui Costa, Sepsi, Cardozo e Di Maria. Estando a perder por dois golos a zero, em casa do adversário, o Benfica aos 89 minutos dá a volta ao resultado marca dois golos em três minutos e ganha a eliminatória por três golos marcados contra dois sofridos o que equivale a cinco a dois num cômputo de desempate. Para além disso e ao contrário de 1962 o Benfica não perdeu nenhum dos dois jogos. Poderá afirmar-se que o Nuremberga está a descer de divisão enquanto o Benfica está em segundo lugar no campeonato/liga. È verdade. Porém as envolventes são diferentes. O futebol alemão, incorporou um conjunto de conhecimentos técnicos e científicos desenvolvidos nas áreas da gestão, da medicina desportiva, da psicologia, da física e das tecnologias de informação, sendo os seus jogadores pujantes, disciplinados e organizados (ao contrário dos adeptos). O Nuremberga está na linha de água por razões endógenas e inerentes ao seu funcionamento, porque não quis ou não foi capaz de interiorizar todos os conhecimentos disponíveis. O futebol Alemão é portanto mais elaborado do que o futebol Português, consequência dos seus protagonistas estarem apetrechados com conhecimentos de táctica, que lhes permite movimentações com trajectórias mais surpreendentes, fruto, diga-se também, das poderosas tecnologias de imagem, que lhes permite um conhecimento do adversário inimaginável na década de sessenta.

È expectável, por isso, que qualquer clube alemão pratique bom futebol independentemente da sua posição no campeonato. Como se pode constatar pela comparação entre o futebol praticado pelo dois últimos da liga portuguesa e da liga alemã o União de Leiria e o Nuremberga, respectivamente. È verdade que o Benfica está em segundo lugar a dez pontos do líder. No entanto o Benfica passou, na década de noventa, por crises financeiras ruinosas e por isso não dispõe de instrumentos financeiros que lhe permitam adquirir os meios científicos técnicos para acompanhar o progresso cientifico como o fizeram os clubes alemães.

Para além do mais não existe no futebol alemão a suspeição que paira sobre o futebol português, onde o Presidente do clube que lidera o campeonato chega aos portões do tribunal, oscultado por membros da sua claque mais tarde arguidos de processos complicados, para ser interrogado sobre processos instaurados, arquivados, reabertos e alguns denunciados por uma “lover affair”, num labirinto de argumentos de acusação e defesa que se arrastam com uma lentidão confrangedora.


São, por isso diferentes as envolventes de 2008 e as de 1962. Algumas das envolventes do futebol português de hoje, sobretudo as mais infelizes, num Portugal democrático membro da União Europeia, não eram espetáveis, quando o Benfica foi a 27 de Maio de 1988 Neckarstadion, em Estugarda disputar final da Taça dos Campeões Europeus, tendo perdido na marcação das grandes penalidades (6-5)


No entanto é com esta realidade que os adeptos do Benfica se confrontam. Numa ambivalência de sentimentos entre o sofrimento e a felicidade entre a alegria e a tristeza entre desanimo e a esperança, entre a dúvida dos factos e a certeza de ser adepto do maior clube do mundo e do clube português que mais vezes disputou a final da taça dos campeões europeus. No “tribunal” Nuremberga, a 21 de Fevereiro de 2008 o Benfica cumpriu a sua missão, honrando Portugal. È desejo de todos os Benfiquistas que a sua equipa tenha a sabedoria e a inteligência de prosseguir até onde lhe for possível através do trabalho e da honestidade .

Cabe a outros, também, cumprir com determinação, isenção e lisura as funções que lhe foram destinadas.

Saudações Benfiquistas
Anonymous Anónimo, at 10:48 da tarde  
perante o comentário anterior, só posso dizer:

VIVA O BENFICA!
Anonymous Anónimo, at 2:47 da manhã  
Francisco, vives numa ilusao. Vivo em Inglaterra e o prestigio do Benfica por estes lados vai desaparecendo, Neste momento o Benfica e apenas um clube periferico, na segunda divisao europeia, onde nao consegue estar ao nivel dos clubes de topo italiano, espanhois, ingleses, alemaes e juntava mesmo FCPorto, Lyon ou mesmo escoceses, que em duas epocas seguidas os eliminam da champions. Vi o resumo do jogo num canal de TV, onde as referencias a decadencia do Benfica foram recorrentes por parte do comentador, e cuja interpretacao final foi "uma tremenda sorte" - do que eu discordo. Mas estamos nisto, e esta a realidade. E enquanto nao olharmos para dentro, corrigir o que de tao mal se faz na planificacao de uma equipa, e retomar alguma hegemonia a nivel interno, os jogos europeus nao sao mais que uma visita de estudo condenada a terminar mais cedo ou mais tarde.
Anonymous Anónimo, at 12:26 da tarde  

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