... É assim que começa o nosso hino, e neste fim de semana foi cantá-lo para o resto do mundo ouvir. Engraçado como o sentimento à volta de um hino pode ser tão diferente e tão expressivo dos sentimentos de quem o canta.
Na Luz, sábado à noite, o hino foi cantado com entusiamos por 50 mil apoiantes da selecção. Até deixei o vídeo do acontecimento aqui no blog. Um entusiasmo muito maior nas bancadas do que no relvado onde os jogadores parecem não se motivar muito com o momento. Aliás, pelo que se viu na primeira parte mais valia era nem terem cantado nada.
Já com a selecção de rugby aconteceu algo nunca visto. Está uma pessoa num domingo à tarde a olhar para a tv curiosa com a estreia dos Lobos e é logo surpreendida aos primeiros minutos da emissão. A maneira como aqueles rapazes cantaram,e sentiram a Portuguesa foi espantoso, e até emocionante! E aquilo foi a valer porque a partir dali presentearam-nos com 80 minutos de entrega, luta, paixão pelo jogo, e espírito de conquista que deixou o país espantado com tamanha humildade. Não estamos nada habituados a isto! Estes 15 nem parecem portugueses. Que mania é aquela de lutar por cada posse de bola como se a própria vida estivesse em jogo? Que raio de maneiras são aquelas de cair no relvado sem simular faltas? Que audácia foi aquela de marcar um ensaio a uma potência mundial da modalidade como a Escócia? Não se entende...
E o que dizer da equipa nacional de basquetebol?! Ontem ganharam a Israel na 2ª fase do Europeu em Espanha. Mas ganharam com uma calma impressionante. Parecia o Sangalhos dos velhos tempos. A segunda vitória de Portugal no Mundial é tão espantosa como o ensaio dos Lobos! Estamos a falar de malta que por um fim de semana conseguiu ofuscar, e até embaraçar, a tribo vaidosa do futebol.
Os verdadeiros Heróis do Mar! Parabéns, e obrigado.

Etiquetas: basket ; rugby

http://www.youtube.com/watch?v=B1exk6jpal0

p kem kiser recordar um momento unico, e k a mim me deixou arrepiado, admito c uma lagrima no olho...
resumindo, nunca o hino nacional mexeu tanto cmg..
scolari e seus pares ponham os olhos nestes homens, amadores de profissao, mas profissionais dentro do campo..
isto sim é lutar e deixar td dentro de campo por um pais...
pedro

Aquela forma autêntica e emotiva de cantar e sentir o hino, vale mais do que os brinquinhos de platina, os penteados novos, os Ferraris, os óculos escuros, as roupas da moda das pseudo-vedetas de pés de barro do futebol!

O rugby (que me habituei a ver nos finais dos anos 70, princípo da década de 80, na televisão, ao princípio das tardes de sábado de Inverno, com os comentários do saudoso Cordeiro do Vale) ainda é uma escola de homens que não hesitam em dar um autógrafos aos adeptos e que não fazem as figuras das vedetas do futebol, que quando vão com as comitivas dos clubes e desembarcam nos aeroportos, põem os óculos escuros, fazem caras de enjoados e ligam os iPods ou figem que estão a falar ao telemóvel Prada, só para armar à frente da televisão...

Alguém disse que o futebol mais puro, mais genuíno, onde se joga pelo prazer de jogar, sem recurso a tempos mortos é o futebol africano, podendo constatar-se isso mesmo nos Campeonatos da CAF.

É aí que se pode ver com todas as suas limitações e as suas potencialidades, o retorno às origens do futebol, que se cruzaram com as do rugby, nos colégios da velha Inglaterra e, depois, cada qual seguiu o seu caminho.

Bravo, Lobos (do Mar!), com essa atitude, já são campeões!

ÁGUIA ESCARLATE

P.S. Espero que 4ª.-feira, os jogadores da selecção de futebol não sejam actores de 2ª a cantar o hino (não tentem imitar) mas que o SINTAM a cantar e honrem a camisola que vestem!

hm, olha que a selecção de basquetebol está a disputar o europeu e não o mundial.

Excelente post, dos melhores aqui.

A coisa está para lá do cantar o hino.

É a atitude de ambas as selecções que me agrada, por uma simples razão.

São humildes. Respeitam o adversário, mas acima de tudo, respeitam-se a eles próprios.

A selecção de Basket por exemplo, joga sempre ao mesmo ritmo, quer esteja com 20 pontos atrás, quer esteja com 20 pontos à frente. È é uma selecção que tem muito menos centímetros de altura e quilos de peso que quase todos os adversários.
Contudo especialmente debaixo da área defensiva batem-se pelos ressaltos de forma altamente intensa normalmente contra adversários mais altos e mais pesados e estatisticamente tem números melhores.

Começam a intimidar os adversários que lhes reconhecem a agressividade defensiva e o facto de serem uma "equipa muito física", e isto é um paradoxo quando a "equipa muito física" é mais pequena e com menos quilos do que as adversárias.

É isto que se tem que fazer quando se tem menos quilos e peso em desportos que dependem disso. Humildade, e lutar por tudo o que apareça.

No rugby , claro que é assim, e mais ainda com esta selecção que, praticamente não tem profissionais e um é profissional em França, mas suplente da equipa.

As astrovedetas da bola vão bardamerda.

Espero que se qualifiquem, mas estão claramente 30 degraus abaixo dos jogadores de basket /rugby que são jogadores que não enganam ninguém.
É aquilo, é honestidade é dar tudo por tudo, mesmos e não são melhores que os adversários.

As astrovedetas dão tudo por tudo a correr para o banco para ver se já caiu na conta o cheque e na corrida à loja de automóveis/telemóveis mais próxima para comprar o ultimo topo de gama.

Entusiasmei-me... Obviamente a selecção de basket está num Europeu, e não num Mundial como tinha escrito.

Muito bem escrito.

Arrepiante! É de sentir um enorme orgulho numa selecção quando se vê os nossos jogadores cantarem o nosso hino de forma tão sentida chegando alguns ao ponto de verter lágrimas.
A força, o encorajamento e o sentimento como se agarravam. O orgulho com que o Uva punha a sua bandeira entre a mão e o coração.
Parabéns Lobos, terem uma haka dançada só para vocês (que estou certo irão respeitar) pelos All-blacks já será um enorme triunfo.