O que temos a perder hoje? Nada.
Que esperança podemos ter? Toda.
Se não conseguirmos pontuar em San Siro quem nos pode criticar? Ninguém.
Se empatarmos, ou ganharmos, vivemos mais uma noite histórica da nossa gloriosa história. E, sejamos claros, é para noites como esta que nós vivemos. Nascemos para sentirmos a história a ser feita. Não vivi os famosos anos 60, mas desde 1973 já tive oportunidade de assistir e participar nas míticas noites europeias à Benfica. Na Luz são mais do que muitas, fora do nosso país, como hoje, já temos marcos assinalados em cidades como Londres, Leverkusen, Liverpool, Rosenborg, Bucareste, etc...
A questão preocupante é que desde que me conheço como benfiquista sei que os confrontos com os italianos são grandes pesadelos. Além da épica eliminação da Super Roma na nossa caminhada até à final da UEFA, lembro-me de afastarmos a Sampdoria nos anos 80, para a seguir cairmos em Bordéus, e assim de repente não estou a ver mais alegrias com eles. Parma, Fiorentina, Inter, Lazio, Juventus, e Roma que se vingou anos mais tarde, têm sido intransponíveis na nossa história europeia. Italianos na UEFA é sinal de pesadelo.
O próprio Milan é um clube que faz parte dos meus traumas de infância. Não entendo como é que alguém benfiquista possa dizer que simpatiza com o Milan! Aqueles desgraçados lixaram-nos nos anos 60, e deram vida a uma das maiores desilusões da minha existência no início da década de 90 em pleno Estádio do Prater em Viena quando Rijkaard marcou um golo que nos levou a Taça dos Campeões pela segunda vez em 3 anos!
Maldito Milan.
Anos mais tarde apanhámos os italianos com nome inglês nos 1/8 de final da Champions. Podia ter sido a nossa vingança. Mas o nosso treinador era Artur Jorge, e os adjuntos eram o Prof. Neca, e o Filipovic. Em Itália perdemos 2-0, na Luz não passámos do 0-0.
Ou seja, que eu tenha visto, golos ao Milan marcados pelo Benfica até agora foram... zero! Só tristezas.
A minha memória diz-me que no reinado de Jupp Heynckes fomos a Milão jogar um particular e fizemos boa figura. Acho que ganhámos, e o Maniche marcou um golo. A minha preguiça impede-me de ir agora confirmar esta dado que certamente os leitores confirmarão, ou não.

Portanto, meus amigos, hoje é um dia perfeito para fazermos história, não acham? Eu acredito que sim, e estou ansioso pela nossa estreia na Champions. Desta vez à grande, no palco dos campeões europeus. Por falar nisso, a última vez que visitámos um campeão europeu em título foi memorável.
Vamos a isto rapazes, é para ganhar porque se vamos lá para o zero a zero acontece o costume, aos 89' o Pippo aproveita uma desconcentração e é a chatice de sempre. E dessa história já estamos fartos.
Vamos inovar.
Força Benfica!

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Nesse particular ganhámos 2-1.

Quanto ao nosso confronto com o Milan em 95 foi para os 1/4 de final. E quem não se lembra do Isaías a atirar aos 2 postes, no jogo da 2ª mão?

Sempre tivemos um azar (ou inépcia) do caraças com os Italianos, mas, não sei porquê, hoje acordei inexplicavelmente optimista! Bem sei que não temos o Luisão, não temos o Petit e eles têm o Káká e o Pirlo e o Nesta, etc.

Mas quando vencemos o Manchester em 2005 também não tinhamos o Simão, nem o Miccoli, nem o Manuel Fernandes. E eles tinham o Ronaldo, o Rooney e o V. Nistelrooy.


Estou exactamente com o mesmo sentimento de expectativa/inesperado optimismo que tive em 8 de março de 2006...

Primeiro simpatizo com o Milan mas hoje eles vão perder com o maior clube do Mundo.
A realidade é que apesar da final de 90 que perdemos para mim depois do Glorioso eles foram a melhor equipa que eu vi jogar.
De resto plenamente de acordo temos malapata com Italianos mas já é altura de inverter essa situação.
Logo, não temos nada a perder portanto estou curioso e expectante .
PS Sábado a cena com o Rui Costa deve ter sido fantástica!!

Oi João,

como compreendo o teu (nosso) trauma em relação aos italianos. Já vão 8 eliminações seguidas contra italianos (saldo nada condizente com a dimensão o Benfica). Dessas 8, as que me custaram mais foram as do ParmA (por sofrermos um golo a 5 minutos do fim que nos impediu de estar naquela que teria sido a nossa única final da Taças das Taças do nosso historial) e, há três anos, a do Inter (pela tremenda injustiça porque o Benfica teve muito mais jogo).

Permite-me só uma correcção: depois de termos eliminado a Sampdória (época 85-86), fomos eliminados pelo Dukla Praga (também conhecido como Priberam) nos quartos, com um golo sofrido a 15 minutos do fim que gelou um estádio lotadíssimo, com 120 mil espectadores. Foi traumático porque fizémos uma 1ª parte de sonho, durante a qual marcámos 2 golos. O Benfica, que parecia estar a fazer uma época de sonho, bloqueou desde essa noite fatídica, de tal forma que perdemos um campeonato que estávamos a controlar como morte na praia.

A eliminação com o Bordés aconteceu um ano depois.

Um abraço!

Grande Gonçalo Palma, que alegria ver te por aqui!

E o teu reparo está totalmente certo. Foi o Dukla que nos eliminou, o Bordéus foi no ano a seguir.
Obrigado pela emenda.

E aparece sempre.
Grande abraço