segunda-feira, 9 de abril de 2007
Das Ramblas ao Montjüic
Ir e vir a um estádio europeu no mesmo dia do jogo não é a mesma coisa do que ir de férias para o destino onde o nosso clube joga.
Na viagem a Liverpool cada minuto foi vivido de forma intensa, e emotiva. Nesta ida a Barcelona foi tudo muito mais equilibrado.
Chegar na véspera à noite dá uma boa margem para nos ambientarmos.
Logo na noite da véspera do jogo houve inevitáveis encontros com outros benfiquistas. Na zona dos bares do porto olímpico lá iam chegando alguns portugueses que cantavam Glorioso SLB assim que viam os cachecóis e camisolas do Benfica à porta dos bares.
Mais engraçado foi ver no dia do jogo na zona das Ramblas uma grande quantidade de Portugueses a passearem de cachecol do Benfica, ao que se juntavam muitos jovens portugueses em férias da Páscoa. Dos espanhóis poucas reacções, aliás até vieram de portuguesas as maiores provocações com gritos de Porto, ou Sporting.
Encontrei muitos mais incentivos para vencermos o jogo, por parte dos adeptos do Barça, do que reparos de adeptos do Espanyol. Fiquei com a ideia que o Espanyol é um clube com pouco mais de 30 mil simpatizantes, o que numa cidade como Barcelona é quase insignificante.
A capital da Catalunha não tem o menor problema em projectar o emblema do Barça nas suas imagens de marca. A presença do FC Barcelona é constante por toda a cidade, não há dúvida que a divisa Muito Mais do que Um Clube serve perfeitamente para caracterizar o casamento entre cidade e clube.
No dia do jogo optámos por passear nas Ramblas, acabando por ficar no esplanada, debaixo das arcadas que caracterizam a Plaza Reial (porque chovia), a picar muitas tapas, e a beber umas canecas de cerveja. A presença de algumas dezenas de benfiquistas pela zona mais concorrida da cidade não passou despercebida à polícia local que tinha carrinhas de prevenção acompanhando de perto as movimentações de adeptos encarnados.
Mas na verdade nunca se viu um grande ajuntamento de adeptos benfiquistas na cidade, andavam todos muito dispersos, e discretos.
De qualquer maneira no hotel onde fiquei o Benfica estava muito bem representado, além dos nossos dois quartos, no mesmo corredor havia mais outros ocupantes com a mesma paixão clubística que a nossa.
A viagem para o estádio Olímpico foi feita nas calmas. De metro é fácil a deslocação do centro da cidade para os lados do parque de Montjüic, e no caminho fomos em alegre conversa com outros adeptos do Espanyol que nos indicaram a melhor maneira de chegar lá acima à entrada do estádio.
É bonita a envolvência do estádio, muitos espaços verdes pelo monte fora, e tudo muito bem organizado. O pavilhão multiusos é mesmo ao lado do estádio, e cá fora há um ambiente que faz lembrar o Jamor. Não tivemos qualquer tipo de problemas a entrar.
Entrar no Montjüic é lembrar que ali se jogaram os jogos Olímpicos de 1992. Por momentos olho para a torre onde esteve a chama Olímpica, vejo a pista de tartã molhada pela chuva teimosa, e sente-se que passou por ali alguma da história mundial do desporto. Mas, o recinto não tem ambiente de clube, isto é, não há ali um miticismo que identifique o clube da casa. Está lá o Espanyol como podia estar outro clube qualquer. Senti a mesma coisa quando o Benfica teve de fazer do Jamor o seu estádio antes da nova Luz estar operacional. É tudo bonito, mas não há ali cheiro a história.
Mesmo assim os adeptos do Espanyol enchem as bancadas centrais e conseguem dar alguma calor, principalmente quando tudo sai bem à sua equipa.
Foi engraçado sentir, finalmente ao vivo, o bonito som do público espanhol quando há oportunidades perdidas de golo: UUUUUUHHHHHHI
O nosso topo estava muito bem composto, e só não esteve mais imponente porque muita gente preferiu ver o jogo debaixo da bancada, cá bem atrás, para não apanhar chuva. Se esse pessoal tivesse ocupado um lugar na cadeira teria tido ainda maior impacto visual.
A nível vocal o apoio foi incansável, mesmo aos 3-0 houve incentivo. Ninguém acreditava que aquele resultado espelhasse o real valor das duas equipas. Todos pensámos que o desastre se devia a mais uma abordagem ao jogo idiota do nosso treinador. E os golos da resposta chegaram de rajada, deixando os espanhóis caladinhos a assistirem a mais uma demonstração de grande apoio popular ao Benfica. Recebi mensagens após o 3-2 a dizer que se ouvia perfeitamente tudo o que estávamos a cantar, o que foi um belo estímulo. Não é fácil fazer-se ouvir naquele estádio. É muito aberto, e há demasiado vento, e as bancadas são muito longe do relvado. Portanto se o nosso apoio foi escutado é porque estivemos bem melhor do que o nosso treinador.
Depois do jogo foi descer Montjüic calmamente, e acabar no Passeig Grácia a jantar bem descansados.
Acredito que ainda vou a Glasgow este ano...
Na viagem a Liverpool cada minuto foi vivido de forma intensa, e emotiva. Nesta ida a Barcelona foi tudo muito mais equilibrado.
Chegar na véspera à noite dá uma boa margem para nos ambientarmos.
Logo na noite da véspera do jogo houve inevitáveis encontros com outros benfiquistas. Na zona dos bares do porto olímpico lá iam chegando alguns portugueses que cantavam Glorioso SLB assim que viam os cachecóis e camisolas do Benfica à porta dos bares.
Mais engraçado foi ver no dia do jogo na zona das Ramblas uma grande quantidade de Portugueses a passearem de cachecol do Benfica, ao que se juntavam muitos jovens portugueses em férias da Páscoa. Dos espanhóis poucas reacções, aliás até vieram de portuguesas as maiores provocações com gritos de Porto, ou Sporting.
Encontrei muitos mais incentivos para vencermos o jogo, por parte dos adeptos do Barça, do que reparos de adeptos do Espanyol. Fiquei com a ideia que o Espanyol é um clube com pouco mais de 30 mil simpatizantes, o que numa cidade como Barcelona é quase insignificante.
A capital da Catalunha não tem o menor problema em projectar o emblema do Barça nas suas imagens de marca. A presença do FC Barcelona é constante por toda a cidade, não há dúvida que a divisa Muito Mais do que Um Clube serve perfeitamente para caracterizar o casamento entre cidade e clube.
No dia do jogo optámos por passear nas Ramblas, acabando por ficar no esplanada, debaixo das arcadas que caracterizam a Plaza Reial (porque chovia), a picar muitas tapas, e a beber umas canecas de cerveja. A presença de algumas dezenas de benfiquistas pela zona mais concorrida da cidade não passou despercebida à polícia local que tinha carrinhas de prevenção acompanhando de perto as movimentações de adeptos encarnados.
Mas na verdade nunca se viu um grande ajuntamento de adeptos benfiquistas na cidade, andavam todos muito dispersos, e discretos.
De qualquer maneira no hotel onde fiquei o Benfica estava muito bem representado, além dos nossos dois quartos, no mesmo corredor havia mais outros ocupantes com a mesma paixão clubística que a nossa.
A viagem para o estádio Olímpico foi feita nas calmas. De metro é fácil a deslocação do centro da cidade para os lados do parque de Montjüic, e no caminho fomos em alegre conversa com outros adeptos do Espanyol que nos indicaram a melhor maneira de chegar lá acima à entrada do estádio.
É bonita a envolvência do estádio, muitos espaços verdes pelo monte fora, e tudo muito bem organizado. O pavilhão multiusos é mesmo ao lado do estádio, e cá fora há um ambiente que faz lembrar o Jamor. Não tivemos qualquer tipo de problemas a entrar.
Entrar no Montjüic é lembrar que ali se jogaram os jogos Olímpicos de 1992. Por momentos olho para a torre onde esteve a chama Olímpica, vejo a pista de tartã molhada pela chuva teimosa, e sente-se que passou por ali alguma da história mundial do desporto. Mas, o recinto não tem ambiente de clube, isto é, não há ali um miticismo que identifique o clube da casa. Está lá o Espanyol como podia estar outro clube qualquer. Senti a mesma coisa quando o Benfica teve de fazer do Jamor o seu estádio antes da nova Luz estar operacional. É tudo bonito, mas não há ali cheiro a história.
Mesmo assim os adeptos do Espanyol enchem as bancadas centrais e conseguem dar alguma calor, principalmente quando tudo sai bem à sua equipa.
Foi engraçado sentir, finalmente ao vivo, o bonito som do público espanhol quando há oportunidades perdidas de golo: UUUUUUHHHHHHI
O nosso topo estava muito bem composto, e só não esteve mais imponente porque muita gente preferiu ver o jogo debaixo da bancada, cá bem atrás, para não apanhar chuva. Se esse pessoal tivesse ocupado um lugar na cadeira teria tido ainda maior impacto visual.
A nível vocal o apoio foi incansável, mesmo aos 3-0 houve incentivo. Ninguém acreditava que aquele resultado espelhasse o real valor das duas equipas. Todos pensámos que o desastre se devia a mais uma abordagem ao jogo idiota do nosso treinador. E os golos da resposta chegaram de rajada, deixando os espanhóis caladinhos a assistirem a mais uma demonstração de grande apoio popular ao Benfica. Recebi mensagens após o 3-2 a dizer que se ouvia perfeitamente tudo o que estávamos a cantar, o que foi um belo estímulo. Não é fácil fazer-se ouvir naquele estádio. É muito aberto, e há demasiado vento, e as bancadas são muito longe do relvado. Portanto se o nosso apoio foi escutado é porque estivemos bem melhor do que o nosso treinador.
Depois do jogo foi descer Montjüic calmamente, e acabar no Passeig Grácia a jantar bem descansados.
Acredito que ainda vou a Glasgow este ano...
posted by J G at 10:01 da manhã
3 Comentários:
João, foi com muita pena minha que não assisti ao jogo "in loco" pois estive em Barcelona a semana passada, mas tinha a viagem de regresso logo na segunda-feira. Sabia que tu ias. Assim é que é, grande espirito.Que inveja. Benfiquistas como tu precisam-se.Quinta estaremos lá os dois!!
E viva o glorioso.
, at E viva o glorioso.
Mais uma viagem, mais uma foto-reportagem dedicada ao clube do nosso coração. Obrigado pela crónica, já esperávamos notícias desta jornada europeia.
Achei que devia dar destaque e está um post sobre o Encarnado e Branco no Catenaccio.
Um abraço!
, at Achei que devia dar destaque e está um post sobre o Encarnado e Branco no Catenaccio.
Um abraço!
Diz que é uma espécie de "Domingo Subjectivo"? :)
Abraço
Abraço