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quarta-feira, 8 de novembro de 2006

Comunicado do SL Benfica

Benfica apresenta exposição na Liga

A SPORT LISBOA E BENFICA – FUTEBOL, SAD, tendo recebido os Relatórios dos Senhores Delegados da Liga sobre o ultimo F.C.Porto - Benfica disputado em 28 de Outubro no Estádio do Dragão, não pode deixar de vir relatar os factos infra, para que essas Comissões, no âmbito das respectivas competências, possam decidir que procedimentos adoptar para comprovação de tais factos e consequente apuramento de responsabilidades disciplinares, bem como para que sejam adoptadas medidas que visem evitar que as situações relatadas se repitam no futuro.

1. Desde logo, causou enorme estranheza à exponente ter recebido três relatórios de três Delegados. Na verdade, na semana que antecedeu o jogo, a Liga publicitou, como habitualmente, as nomeações dos Delegados para todos os jogos, inclusivamente através do seu site oficial, sendo que para o Porto-Benfica foi tornado público que seriam dois delegados, mais concretamente os Senhores Esmeraldo Augusto e António Augusto.
Aliás, em obediência ao artigo 24º, nº 1 do Regulamento de Competições, que só em casos excepcionais, e que devem ser devidamente justificados, é que permite que sejam nomeados mais de dois delegados.
Qual não é o espanto da S.L.Benfica- Futebol, SAD ao ver surgir agora um terceiro relatório dum terceiro Delegado, o Senhor Óscar Fernandes, o qual, como todos sabem, é um ex-dirigente dedicado do F. C. Porto.
E o espanto é ainda maior ao verificar que é o relatório deste delegado que assume maior relevância, pois é ele que desenvolve as “ocorrências”, remetendo os outros dois para o que nele se refere.
É certo que o Delegado do Benfica ao jogo, Senhor José Veiga se cruzou no recinto de jogo com o Sr. Óscar Fernandes e não estranhou a sua presença porquanto o mesmo é actualmente um conhecido funcionário da Liga de Clubes. Mas só agora com o recebimento dos relatórios constatou que afinal o mesmo terá estado presente na qualidade de Delegado.
Delegado não nomeado!?
Entende a exponente que só este facto é suficiente para demonstrar a falta de credibilidade dos relatórios dos delegados.

Mas há mais.

2. No relatório do delegado nº 117, refere-se que o comportamento dos espectadores do clube visitado foi normal.
Os outros dois relatórios também não referem qualquer comportamento incorrecto por parte dos adeptos do F. C. Porto.
No entanto, mesmo quem seguiu o jogo pela televisão, conseguiu ouvir, ao longo de todo o jogo e por várias vezes, cânticos entoados por adeptos do clube visitado, com os seguintes dizeres:
“ SLB, SLB, SLB, FILHOS DA PUTA, SLB, FILHOS DA PUTA SLB”, ou “ EM CADA LAMPIÃO HÁ UM CABRÃO” ou ainda, na marcação dos pontapés de baliza pelo guarda-redes do Benfica, o grito. “ FILHO DA PUTA”.
Estas frases, vária vezes repetidas, foram bem ouvidas em todo o estádio, a até na transmissão televisiva, e custa a crer que os delegados da Liga não as tenham ouvido.
E se ouviram e não relataram a ocorrência dos cânticos, faltaram gravemente aos seus deveres funcionais, falseando voluntariamente os relatórios, o que obviamente não pode deixar de merecer o apuramento de responsabilidades disciplinares.

3. Mas os Senhores delegados também não assinalaram nos relatórios a exibição, pelos adeptos do Porto situados na bancada oposta á dos balneários, de um lençol, com cerca de 10 m2 com os dizeres “ VEIGA FILHO DA PUTA”. Este slogan dirigia-se certamente ao Delegado do Benfica ao jogo, Sr. José Veiga, e talvez por isso os delegados não o referiram nos respectivos relatórios. Mas certamente que não os deixaram de ver.
E se assim foi e não o mencionarem nos seus relatórios, terão uma vez mais violado os seus deveres funcionais.

4. Mas mais: não assinalaram também a chuva de isqueiros e moedas sobre o banco de suplentes do Benfica, sempre que alguém se levantava do mesmo.
Como também não assinalaram as manifestações verbais de índole racista quando o jogador Mantorras procedia a aquecimento para entrar em campo.

5. Mas numa coisa os Senhores delegados foram zelosos e rigorosos: foi no número de cadeiras partidas, alegadamente pelos adeptos do Benfica: 10.
Não pode deixar de surpreender a exponente que, perante vista e audição tão grossas para o comportamento dos adeptos do clube visitado, se impute a adeptos do Benfica a destruição de cadeiras. Não se esqueça que – como o F.C.Porto repetidamente informou ao longo de toda a semana que antecedeu o jogo – não houve bilhetes disponibilizados ao Benfica. E todos os bilhetes disponíveis, como é fácil constatar pela comunicação social nos dias anteriores ao jogo, foram apenas disponibilizados a sócios do F.C.Porto.
No inicio do jogo, o speaker até anunciou orgulhosamente que “pela primeira vez temos um estádio vestido apenas de azul e branco”.
Assim, se alguns simpatizantes do Benfica estiveram no Estádio do Dragão, não podem deixar de ser considerados – especialmente para efeitos de aplicação de sanções disciplinares – como público em geral, não sendo possível apontar especificamente os mesmos como os responsáveis pela destruição de cadeiras.
A não ser assim, estar-se-ia a perverter completamente as coisas, ou seja, a responsabilizar-se um clube a quem foi negada a disponibilização de bilhetes para os seus adeptos nos termos do artigo 67º do R.C., pela destruição de cadeiras.
E se se atentar nos relatórios, os delegados não tiveram o cuidado, ao contrário do que é a prática corrente e obrigatória, de contar o número de cadeiras partidas e a localização das mesmas. E mais: essa verificação tem que ser validada pelo delegado de ambas as equipas.
Ora no caso concreto, nada disso ocorreu.
Entende, assim a exponente, com todo o devido respeito, que neste ponto mal andou a Comissão Disciplinar ao puni-la na pena de multa de € 300,00, pelo que se reclama da sua aplicação.

6. Mas não ficam por aqui as incongruências que resultam dos relatórios e de toda a organização do jogo em análise. Vejamos:
Da leitura atenta das “ocorrências” relatadas pelo Sr. Óscar Fernandes, ficamos a saber que um dos responsáveis do serviço de imprensa do FCP, Sr. Rui Carvalho e outros dirigentes do visitado se encontravam no final do jogo no relvado, na zona da entrada dos balneários.
Junta-se, como doc. 1, recorte do jornal Record do dia 30/10/2006, do qual consta uma fotografia tirada no final do jogo, no momento de recolha das equipas aos balneários, e na qual, para além de outras pessoas que a exponente não sabe identificar, se vê claramente o “speaker” do F.C.Porto, e o Senhor delegado da Liga.
Também no recorte do jornal O JOGO do mesmo dia, e que se junta como doc. 2 se constata uma fotografia tirada na mesma altura, e em que surgem, para além do delegado da Liga, de dois agentes da PSP, de um repórter fotográfico e de um individuo com crachá, dois indivíduos que a exponente não consegue identificar mas que parecem ser dois dos tais dirigentes do clube visitado de que o Sr. Óscar Fernandes refere no seu relatório.
Junta-se ainda, como doc. 3, recorte do jornal O JOGO do dia seguinte ao jogo em que se refere a presença do dirigente do F.C.Porto, Sr. Antero Henrique no túnel de acesso aos balneários, no final do jogo.
Ou seja, apenas por estes três meios é fácil constatar que, pelo menos, os Senhores Rui Carvalho, Antero Henrique e o “speaker” do F.C.Porto estiveram em zona que lhes era interdita. E note-se que nenhum deles está incluído na ficha do jogo, que se junta como doc. 4.
Mas para além deles, outros dirigentes do F. C. Porto também estiveram, como aliás o Senhor Óscar Fernandes escreveu no seu relatório. Estiveram, por exemplo, o motorista do F.C. Porto, no relvado, e o Sr. Engº Luís Gonçalves à entrada do túnel.
É caso para perguntar que dirigentes eram, e o que faziam naquele local de acesso tão restrito e como é que lá acederam?
Refira-se ainda que quando da equipa do Benfica saía do Dragão e os seus jogadores se dirigiam ao autocarro, estavam cerca de 30 pessoas (?!), cuja identidade a exponente desconhece, nas imediações daquele.
É caso para perguntar quem eram, o que faziam naquele local e como é que lá acederam?

7. Outro facto que não mereceu qualquer censura nem dos delegados ao jogo (nesta questão, porventura os menos responsáveis), nem de qualquer outro órgão da Liga, foi o facto – já referido no antecedente ponto 5 - do Clube visitado não ter emitido bilhetes para venda destinada ao público, em expressa violação do nº 1 do artigo 69º do Regulamento de Competições, e ainda se ter vangloriado publicamente desse “feito”.
Como é que pode isto acontecer numa prova profissional e que se quer séria e organizada?
E o que disse a Liga e os seus órgãos? : NADA.
Este silêncio comprometedor é tanto mais de estranhar se se recordar a preocupação publicamente manifestada pelo Senhor Dr. Hermínio Loureiro, então Secretário de Estado da Juventude e Desporto, quando o Benfica recebeu no seu estádio o F.C.Porto em Outubro de 2005, e as suas recentes declarações no sentido de que “os Regulamentos são para cumprir”.

8. Perante tudo isto, requer a Sport Lisboa e Benfica – Futebol, SAD que a Comissão Executiva e a Comissão Disciplinar, no âmbito das respectivas competências, apurem os factos aqui denunciados, em ordem à sua comprovação, e que ajam em conformidade com o que for apurado, quer apurando responsabilidades funcionais e disciplinares, quer adoptando medidas que impeçam que os factos denunciados se possam repetir no futuro.

Com os melhores cumprimentos, subscrevemo-nos atentamente.

Lisboa, 7 de Novembro de 2006
posted by J G at 4:30 da tarde

9 Comentários:

Este é um comunicado em que cada sócio ou simpatizante do Benfica se revê. É claro, limpo, objectivo e inatacável.

Obrigado Luís Filipe Vieira.

JA
Anonymous Anónimo, at 6:38 da tarde  
Limpinho e sem espinhas!
Embrulhem morcões.
mARK
Blogger The Mystery Artist, at 6:58 da tarde  
Olha a virgem ofendida.
Qual é o problema de "EM CADA LAMPIAO HA UM CABRAO" ?

São canticos tal como o benfica tem os mesmos para com os adversarios, e cantos com "FILHO DA PUTA" quem não disse isso já num estadio contra o adversario que atire a primeira pedra .
Anonymous Anónimo, at 7:39 da tarde  
Olha lá, e o FCPorto não se fez de virgem ofendida com a história do Katsouranis? Vocês têm muitos telhados de vidro sobre jogadores e jogadas violentas e agressivas e mesmo assim, mandaram a pedra da suposta "premeditação do grego".
E não cumpriram as regras à justa ao não dar os bilhetes, só porque o Benfica não cumpriu à risca o estipulado? Então, o Benfica está a responder na mesma moeda, ao dar tolerância zero ao que se passou no Dragão.

Olho por olho, dente por dente.

É um excelente comunicado. Costuma-se dizer que para bom entendedor, meia palavra basta, mas neste caso o Benfica disse mesmo todas as palavras (até porque sabemos que do outro lado não está nenhum bom entendedor...)
Blogger Bakero, at 8:21 da tarde  
No que toca aos cânticos da torcida acho que não deve haver punição. Torcedor paga para ver o espetáculo; tem direito de dizer o que quiser, desde que não seja de teor rascista. O que não pode é haver violência física. Esses xingamentos existem em todas as torcidas, em todos os estádios do mundo e é normal.
Não se ouviu os benfiquistas xingarem, mas com certeza eles o fizeram.

Quanto às moedas e os isqueiros aí sim devem ser punidos.


Elizane
Anonymous Anónimo, at 11:31 da manhã  
Concordo com o Sempresente. Inadmissivel o facto dos responsaveis da sad não terem pedido os bilhetes no prazo devido. Alias, nem era preciso esperar pela contagem do prazo, pois para estes clássicos pede-se logo os bilhete com a antecedência que for preciso, ou seja, LOGO e não se fala mais no assunto. E tb não ouvi da parte deles um pedido de desculpa, apenas e só o assumir da responsabilidade, mas isso não chega. Não chega pq esse esquecimento privou milhares de adeptos, como eu, de ir ao dragão apoiar o clube que amo desde sempre! Não chega porque esse esquecimento veio de quem não tem de comprar bilhetes, não tem de ir para as filas, não tem de mexer rigorosamente um dedo que seja para poder ver o clube do qual, alguns que lá estão, nem sequer são simpatizantes naturais como os que sofrem para ir a todo o lado. Continuem com a senda dos comunicados. Com as hipocrisias. Com o total desrespeito pelos adeptos que são quem dão todo o sentido ao futebol. Uns mais do que outros, todos têm telhados de vidro, mas todos tb uns mais que outros mandam as suas pedras.
Blogger GR1904, at 11:48 da manhã  
e não se pode exterminar todos estes dirigentes?... de cada vez que o ambiente parece que vai acalmar, lá aparece mais um comunicado ou uma entrevista a incendiar o ambiente!
puta que pariu estes dirigentes!
para que nao restem dúvidas, não me refiro somente aos do SLB. estão todos bem uns para os outros.
:(

João,
fala de futebol, do jogo que tanto adoras... não dês "tempo de antena" a dirigentes que gostam de ser eles as "estrelas do jogo".
:)
Blogger pedro, at 12:37 da tarde  
A guerrinha dos comunicados...
A já habitual forma de lidar com clube visitante, utilizando de todos os meios para atemorizar jogadores, dirigentes e equipas técnicas, nunca foi alvo de qualquer punição, nem mo tempo do guarda abel, por isso...
Mas quanto ao racismo acho que o Benfica não deve mesmo deixar cair este caso.
Não por se tratar do FCP, eu também já vi Skinheads no Benfica e quando se trata dos cânticos racistas quase toda a gente embarca na estupidez. Acho que este assunto é demasiado importante e até agora não tem havido vontade de ninguém lidar com isto. A própria UEFA contenta-se com as demonstrações das camisolas, preventivas, mas às vezes até nesses jogos há problemas.
O Benfica pode tomar a dianteira e enfrentar o problema, levando este caso em diante, ao mesmo tempo que "limpa" a sua casa dos adeptos que se interessam menos pelo futebol e mais pela propagação dos seus ideias racistas.
Felizmente não temos nenhum grupo 1143, mas há muitos adeptos que entram no nosso estádio com símbolos e cânticos que, pelo menos a mim, me envergonham e acho que são completamente contrários ao espírito deste clube.
Anonymous Anónimo, at 12:49 da tarde  
não esquecer: esquentar diariamente os miolos de um "andrade" é o dever de todo o BENFIQUISTA!
Anonymous Anónimo, at 2:08 da tarde  

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